Capítulo I
Joe Bronxor
mal teve tempo de se jogar para fora da estrada. Da curva, surgia em atropelada
carreira a diligência da “Express”. Parecia estar desgovernada. Temerosamente ocultou-se
atrás de uma pedra. No meio da poeirada, conseguiu distinguir o Cachoeiro. Era um
homem rude e de barba ruiva, e não se vestia como os empregados da empresa. Não
viu mais ninguém na boleia ou em seu interior.
Passado algum
tempo retornou ao meio da estrada, vendo a diligência sumir ao longe. Ia na
direção oposta a seu destino. Coçou a cabeça intrigado. Catou seus apetrechos
que havia largado no chão, retomando a caminhada mais desalentado do que nunca.
Estava exaustou de tanto andar. O seu cavalo quebrara uma das patas numa
perigosa travessia de rio, e fora forçado a executá-lo. Ainda bem que estava
perto de sua cidade natal, Dodge City.
Já andara
alguns quilômetros, e quase desistia de prosseguir, quando divisou a distancia
um cavalo abandonado. Correu feito um alucinado, exaurindo suas últimas forças,
mas conseguiu alcançá-lo. Chegou a chorar quando reparou que o cavalo estava arreado.
Mais parecia uma miragem.
- Um
verdadeiro milagre! – Exultava de alegria.
Segurando firmemente
as rédeas, com medo de tombar de tanto cansaço, assentou-se na sela. Mal ia
apertar as esporas nos flancos do animal quando notou um par de botas
aparecendo fora de uns arbustos. Encaminhou-se até lá, e horrorizado viu o
homem estirado. Olhou para os lados. Estava tudo deserto a sua volta. Não havia
mais ninguém por aquelas paragens. Apeou, aproximou-se do corpo. Seu susto foi
enorme, não era um, eram dois homens, e mortos. Constatou serem os cocheiros da
diligência que passara por ele há pouco.
Um deles
estava de bruços, e os balaços nas costas eram evidentes. O outro que
aparentava mais idade, também deve ter sido atacado por trás.
- “Com certeza
o assassino estava de tocaia e atirou neles de surpresa” – concluiu Joe –
Covardes.
Depois de
examinar os dois infelizes cocheiros levantou-se e ficou algum tempo pensando o
que fazer. Os três seriam muito peso para o cavalo.
- É melhor ir
até a cidade avisar o xerife. Ele com certeza providenciará a remoção dos
corpos.
O cansaço e
mais o desgosto de presenciar aquela cena abalavam o espírito de Joe Bronxor. Sentia
a exaustão dominar-lhe o corpo. Decidiu-se por partir logo.
- E os
passageiros? Estaria vazia a diligência? Ou apenas transportava carga? Estas eram
as perguntas que se faria enquanto montava novamente.
Ajeitou o
chapelão, protegendo com suas abas largas os olhos dos raios solares, e
cavalgou em direção à Dodge City. Queria chegar lá antes do anoitecer. Imensas pradarias
se estendiam a sua frente.
Faz muito
tempo que Joe fizera aquele percurso, só que em sentindo contrário. Era bem
jovem e ansioso por conhecer outros lugares e gentes. Perambulara muito pelo
vasto oeste. Trabalhara em diversas fazendas nos mais variados serviços. Vira cidades
enormes. Lutou bastante para sobreviver e poder ter um lugar ao sol. Tornara-se
um homem adulto, forte e experiente. Confiava em seu vigor e em sua pontaria.
Ao sentir a
aproximação de sua querida Dodge acelerou o passo do cavalo. Estava eufórico. As
primeiras casas despontavam ao longe.
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