A brisa fresca num amanhecer após a noite de música. U2 – BONO.
O canto de protesto, a multidão ululante, São Paulo. Na véspera o show dos Rolling Stones no Rio. Bom sair do marasmo, tentar levantar a poeira, vibrar.
A vida segue. O dia muda. Caminhamos.
Marcelo estatelou-se no sofá. Passara a manhã separando e “limpando“ recortes e revistas. O jornal guardado amarela e esfrangalha em pedaços dilacerados. A mente turbinada. Logo sentiu o nevoeiro o envolvendo. A memória fugaz e reticente, vai e volta.
Num domingo.
Ao contemplar o mar, ouvi as palavras de Deus: “Não escutas já o ruído da tempestade que há de arrebatar o velho mundo e abismar no nada o conjunto das iniqüidades humanas?”
As marolas quebravam mansamente na areia, em contraste com o embate das ondas contra as pedras do Arpoador.
“Pregai palavras de consolação, de esperança, de fraternidade e de paz!”.
O sol se escondia atrás dos Dois Irmãos, tingindo o horizonte de vermelho e as nuvens esparsas. Uma brisa fresca fazia tremer o corpo. Arrepio de deslumbramento.
“Leve sem medo as palavras de fé. É chegada a hora de compartilhar. Desça Jesus da cruz! O espírito aquietou-se, tranqüilo, ouve as últimas palavras: “Vá em paz e confiante, que estaremos ao seu lado protegendo-o”.
Amém! – foi o que conseguiu articular.
abril 11, 2010
Trechos Poesias " A TORRE DO BARÃO"
Trechos poesias "VOE COMIGO"
OLINDA LINDA
Os caminhos abrem-se
claros e precisos
a solidão transborda das casas vazias
Casario emparelhado
paredes caiadas
multicoloridas
janelas fechadas
igreja fechadas (isoladas, imaculadas)
Olinda
cidade alta
Nas ruas desertas
As pedras trilhadas
das gentes ausentes
O silêncio
O frescor da brisa vinda do mar
Soprando pelas encostas
Caminhar solitário
o tempo passando
Sol a pino
A gente escondida no fundo das casas fechadas
No topo, no alto da Sé
os vendilhões
do templo
o abandono
O monstro erguido
A obra dita de arte
Caixa d’água
Ao sopé a cidade que se esconde
ao longe Recife
o mar
verde, calmo, silencioso
Olinda, cadê seu sorriso?
Sua gente?
(Do carnaval, das festas,
de suas invasões, não quero saber.
Quero seu coração
sua alegria da gente escondida)
Os caminhos abrem-se
claros e precisos
a solidão transborda das casas vazias
Casario emparelhado
paredes caiadas
multicoloridas
janelas fechadas
igreja fechadas (isoladas, imaculadas)
Olinda
cidade alta
Nas ruas desertas
As pedras trilhadas
das gentes ausentes
O silêncio
O frescor da brisa vinda do mar
Soprando pelas encostas
Caminhar solitário
o tempo passando
Sol a pino
A gente escondida no fundo das casas fechadas
No topo, no alto da Sé
os vendilhões
do templo
o abandono
O monstro erguido
A obra dita de arte
Caixa d’água
Ao sopé a cidade que se esconde
ao longe Recife
o mar
verde, calmo, silencioso
Olinda, cadê seu sorriso?
Sua gente?
(Do carnaval, das festas,
de suas invasões, não quero saber.
Quero seu coração
sua alegria da gente escondida)
Trechos da poesia "VÉSPERAS"
Passo que passo
passado
contra o fundo do universo
negro
pontilhado de brilhos
Passo que passo
apressado
sobre a terra azul
girando
entre mil outros planetas
Passo que passo
parando
para não chegar ao fim
ou início
Passo que passo
passo
passado
contra o fundo do universo
negro
pontilhado de brilhos
Passo que passo
apressado
sobre a terra azul
girando
entre mil outros planetas
Passo que passo
parando
para não chegar ao fim
ou início
Passo que passo
passo