outubro 20, 2010

INTERVALO


A Revolta é como espinhos
Se existem doem
não há como ocultar



Atrás do fuzil
exite um olho
um dedo
um corpo
e na mira
outro corpo



Por que parar a poesia?
Não falar mais
escamotear!


Insistir
escrever
escarafunchar
até surgir a verdade
a palavra final
O dizer

outubro 19, 2010

BIENAL DA VINCI


A SOCIEDADE BRASILEIRA DE BELAS ARTES, DENTRE AS FESTIVIDADES E EVENTOS COMEMORATIVOS DE SEU CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO, HOUVE POR BEM INSTITUIR E INAUGURAR NA DATA DE HOJE (O ÚNICO SALÃO MASCULINO DO MUNDO), O SALÃO BIENAL "DA VINCI", NUMA JUSTA E CARINHOSA HOMENAGEM AOS NOSSOS MESTRES, ALUNOS E AMIGOS EXPOSITORES.

O OBJETIVO ÚNICO DESSA EFEMÉRIDE É APRESENTAR OBRAS QUE CONTRIBUAM COMO REFERÊNCIA PARA ESTUDOS E APRECIAÇÃO VISUAL DO BELO, AOS QUE JÁ SÃO MESTRES E AOS EMERGENTES NAS ARTES PLÁSTICAS, TODOS LEGÍTIMOS HERDEIROS DO "GRANDE PINTOR E ESCULTOR DO UNIVERSO", DEUS, NOSSO PAI AMOROSO.


THEREZINHA HILLAL


Participei com obras ANÔNIMO e GIRA MUNDO, que foi vetada por ser "triste". E a primeira, censurada as costas, por não permitir "política"























Premiado com medalha de Bronze.
Dá para acreditar?

outubro 12, 2010



RUTH


Flores roxas
pendiam
de uma trepadeira copada.
Flores tristes
mas belas.
Na quaresma vivem.
Quando mais lindas estavam
uma senhora
entre elas se postava.
Muitas flores roxas
uma senhora.
Todos passavam
e olhavam
com admiração perguntando
- que flores sãos estas?
e ela com sorriso nos lábios
e n'alma
respondia.
E assim com alegria
com satisfação
a senhora sempre na varanda
se debruçava.
Hoje
só as flores roxas
pedem
ninguém mais para
ninguém mais pergunta.
Onde estás, senhora?

outubro 10, 2010

PALÁCIO ENCANTADO

O casebre onde moro
- Meu palácio encantado
oscila e treme
balança
na beirada do penhasco
soprado pelos ventos
trespassado pelas chuvas
aponta no pico abrupto
escutando os uivos dos humanos
e os latidos dos inumanos
lá em cima perdido
tremendo mais que caniço de cana
tremendo como milharal
meu casebre
- Palácio encantado -
desponta como um guardião das incertezas
de frágil estrutura
firme na decisão de permanência
de querer ver as coisas alquebradas
perecível imperecível
taciturno
isento de vinganças
não rola a ribanceira
transformando em bola de neve a miséria
que chafurda na encosta
O casebre onde moro
- O meu palácio encantado -
permanece inquebrantável