O casebre onde moro
- Meu palácio encantado
oscila e treme
balança
na beirada do penhasco
soprado pelos ventos
trespassado pelas chuvas
aponta no pico abrupto
escutando os uivos dos humanos
e os latidos dos inumanos
lá em cima perdido
tremendo mais que caniço de cana
tremendo como milharal
meu casebre
- Palácio encantado -
desponta como um guardião das incertezas
de frágil estrutura
firme na decisão de permanência
de querer ver as coisas alquebradas
perecível imperecível
taciturno
isento de vinganças
não rola a ribanceira
transformando em bola de neve a miséria
que chafurda na encosta
O casebre onde moro
- O meu palácio encantado -
permanece inquebrantável
Nenhum comentário:
Postar um comentário