O homem levantou-se de ombros arriados.
Cansado deste insensato mundo
olhou o vazio à sua frente
e nostálgico gritou.
Seu urro varou lonjuras
dor incontida
dilacerando os ares virgens
momento renovado da amplitude cósmica.
Caminhou como o primeiro passo
Carregando em cada pé o peso da experiência
vivência de andarilho
batalhador da jornada diária
dia-a-dia fabril
operário de um novo mundo
produto de um novo meio
carcaça velha que alquebra
deixando parir o ser que virá
concebido nas lutas
nas reivindicações
na socialização dos meios de produção
decantada meta
alvissareira promessa para o taciturno guerreiro
guerrilheiro sem pátria
irmão de todos.
Companheiro
bradai
erguendo o peito atingido
manchado de sangue
medalhas futuras do reconhecimento do povo
de mãos unidas bradando forte a vitória
humanidade livre
irmanada na bandeira vermelha
rica de sacrifícios, amor, luta
alardeando a felicidade
e a glória dos que passaram
última homenagem dos que não sobreviveram
viram a luz
por ela tombaram
deixando-nos herdeiros.
VITÓRIA
Homem, não há mais razão para levantares triste.
Peito erguido
afronte o mundo
siga crente
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