novembro 05, 2010

VITÓRIA

O homem levantou-se de ombros arriados.

Cansado deste insensato mundo

olhou o vazio à sua frente

e nostálgico gritou.

Seu urro varou lonjuras

dor incontida

dilacerando os ares virgens

momento renovado da amplitude cósmica.

Caminhou como o primeiro passo

Carregando em cada pé o peso da experiência

vivência de andarilho

batalhador da jornada diária

dia-a-dia fabril

operário de um novo mundo

produto de um novo meio

carcaça velha que alquebra

deixando parir o ser que virá

concebido nas lutas

nas reivindicações

na socialização dos meios de produção

decantada meta

alvissareira promessa para o taciturno guerreiro

guerrilheiro sem pátria

irmão de todos.

Companheiro

bradai

erguendo o peito atingido

manchado de sangue

medalhas futuras do reconhecimento do povo

de mãos unidas bradando forte a vitória

humanidade livre

irmanada na bandeira vermelha

rica de sacrifícios, amor, luta

alardeando a felicidade

e a glória dos que passaram

última homenagem dos que não sobreviveram

viram a luz

por ela tombaram

deixando-nos herdeiros.

VITÓRIA

Homem, não há mais razão para levantares triste.

Peito erguido

afronte o mundo

siga crente

do seu dever de ser justo.

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