Um suor frio cobre-lhe a testa. Passa mal, o grito de socorro preso na garganta. O padre continua a falar. João não entende nada. Baixa a cabeça desalentado.
-... e assim, meus filhos, Deus está convosco nesta casa!
Terminara a palestra. João reencontra-se com as últimas palavras. Senta na cadeira perto da janela. De relance, através da vidraça, vê a folhagem matizada pelos raios solares. Recosta-se no alto espaldar de couro. Relaxa.
Paulo me salvará, perguntarei a ele o que o Reitor falou.
Entra um religioso. Carrega uma pilha de livretos de capa preta. O silêncio domina o salão. Os futuros seminaristas permanecem em posição respeitosa.
- Não podemos falar mais? - Indaga-se assustado.
- Tome meu filho, é o breviário. – Diz o padre solene.
- De agora em diante será seu guia diário.
João recebe o manual. As cenas confundem-se.
- O outro era menor... – lembra-se ao tocá-lo. -“A Imitação de Cristo”.
João obedecia com fé a rigidez das regras do retiro. Manter silêncio, rezar e meditar. Não se entediava com o comportamento contemplativo. Apreciava também os momentos de descontração com os companheiros. Os jovens corriam pela mata para relaxar da rotina de devoção e deveres litúrgicos. Aproveitam o frescor das sombras das árvores frondosas. Rolavam na relva úmida trocando furtivas carícias. Alguns exitados, masturbavam-se, iniciando os menos experientes. Outros sentavam-se nas pedra às margens do rio cochichando....
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