- Lá vem sermão.
- Não é sermão não, que para padreco arrependido não adianta. Me desiludi, vendo você sem rumo, bebendo por amores perdidos.
- E qual a importância disto para você?
- Muita, me deixava arrasada! Ver como se destruia. Fiz de tudo para ajudá-lo.
- Tudo, mesmo?! – Tenta brincar, mas ante o encarar da prima retrai-se. – Sim... poderia.
- Pronto, foge, foge! Se fecha como uma tartaruga.
- É que você sempre me vence. Domina.
- Não é esta minha intenção. Não quero derrotá-lo, nem vencer, quero sua felicidade.
- Ana, gosto muito de você, eu queria... mas...
- O velho impasse, não é João?
- A barreira!
- Era só derrubá-la. Veria que estava do outro lado, a espera.
- Ana, tão fácil assim?
- As oportunidades passaram, perdeu o momento. Tarde demais.
- O que é tarde demais?
- Cinismo não. Eu amo você! Será tão cego assim? Ou não me ama e banco a tola?
- Somos primos, primos, Ana. – Fica repetindo como um realejo - primos...
- Isto é o que colocaram na sua cabeça.
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