agosto 17, 2016

A TOCHA





Cadê o meu verso?
Está no meu coração!
Rasgue seu peito, e tire-o para me mostrar.



Refutações
refutantes
refutáveis
refuta
refutação
refutável
refutante
refuto
refutado
refutada
refutações


VÉSPERA DE NAUFRÁGIO

Eu já conheci muitos portos
muitos mares foram navegados
horizontes anuviados
Muitas vezes  o sol brilhou no límpido azul
mas sempre o mar revolto
a fúria contida das marolas
as marés renovadas
Em cada margem
em cada ponta de praia
um sonho de amor
E o Navio Holandês
sempre a prumo
navegando
mesmo sem rumo
ao sabor dos ventos
e do amor
O Navio Holandês
retorna aos mares
e navega altaneiro
as borrascas passam
e seu valor realça
Os mares inavegáveis
O eterno desconhecido
são sua bússola
seu leme
Nas trevas brilha sua decisão
na luz
bem
na luz navega desapercebido
O Navio Holandês
uma vida
um navegar constante
novos portos
novos amores





PALÁCIO ENCANTADO


O casebre onde moro
- Meu palácio encantado -
oscila e treme
tremelica
balança
na beirada do penhasco
soprado pelos ventos
trespassado pelas chuvas
aponta no pico abrupto
escutando os uivos dos humanos
e os latidos dos inumanos
lá em cima perdido
tremendo mais que caniço de cana
tremendo como milharal
meu casebre
- Palácio encantado -
            desponta como um guardião das incertezas
de frágil estrutura
firme na decisão de permanência
de querer ver as coisas alquebrantadas
perecível imperecível
taciturno
isento de vinganças
rola a ribanceira
transformando em bola de neve a miséria
que chafurda na encosta
O casebre onde moro
- O meu palácio encantado –
permanece inquebrantável



                                           
                                  O ENGANO

nada mais viu
tombou
“por engano” diz o assassino
como se hoje morresse alguém por engano
pobre jovem
que no escuro ninguém percebia
e de tarde morreu por engano

para que a bomba
se existe a FLOR






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