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DITA DURA
27/05/1970
TRÓPICOS
Os claros dias de sol de minha
pátria
impressionam pressionam
ardentes desejos e fantasias
terra dos trópicos
onde canta o sabiá
e coqueiro dá côco
ardorosas vozes gorgeiam
ufanando-se do país tropical
trópicos tropical tropicalismo
Os claros raios de sol
dourados dourando
eldorado da volúpia
banhado pelas cálidas águas
oceânicas
Os claros dias de sol de minha
pátria
molestam atestam
porvir um dia por vir
e vamos eufóricos
fantasmagóricos
elixir paregórico
em busca do tempo perdido
As minas de ouro secam
aprofundam-se nas entranhas da
terra
chafurdam nos veios auríferos
a paga do anti-herói
Poeta
ora pois pois
quem pôs ovos de codorna
no ninho de águias?
Interrogatório senil
num dia juvenil
anil
varonil
til
Os claros dias de sol de minha
pátria
definem indefinem
olho por olho dente por dente
alho com cebola
tim-tim por tim-tim
tinem as taças dos campeões
deixando as agruras para trás
zás-trás
traça traçando caminhos
para as gerações futuras do meu
país
nos campos verdejantes
nas altas montanhas
nas imensas praias
Nada como um dia de sol
após o outro
com uma noite quente no meio
Os claros dias de sol de minha
pátria
suscitam ressuscitam
as almas combinadas
alçando novamente a esperança
de encher a pança
Sancho Pança
lança
carregando a espada do espadaúdo
cavaleiro
mudado transmudado
lerdo pelo peso da inércia
ora achado momento
machado
O sol brilha no nascente
tinge de cores o poente
é chegada a hora da semente
não na mente somente
mas nos campos asfaltos casebres
edifícios
choupanas pensões hotéis palácios
nas casas
nas casas dos homens
frutificando o amor.
Glória na terra aos homens de boa
vontade.
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